Vivendo a Adolescência

Pelo fim da violência contra as mulheres

A campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres” teve origem em 1991 organizada pelo Centro de Liderança Global das Mulheres que fixou o período de 25 de novembro a 10 de dezembro para discutir, refletir, bem como denunciar as várias formas de discriminação e violência contra as mulheres no mundo. 

No I Encontro Feminista da América Latina e Caribe, o dia 25 de novembro foi declarado o Dia Internacional de Não Violência contra as Mulheres em homenagem às irmãs Mirabal, assassinadas pelo governo ditador da República Dominicana nesse dia, em 1960. No dia 10 de dezembro, quando a campanha se encerra, é comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Há quase 30 anos, o Brasil e mais de 160 países ao redor do mundo aderiram aos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, para reforçara importância da defesa e garantia dos direitos humanos para as mulheres e mobilizar todas as pessoas da sociedade para se engajarem na luta pelo fim da violência contra as mulheres.

No Brasil, a Campanha tem início um pouco antes, no dia 20 de novembro, declarado o Dia Nacional da Consciência Negra – a fim de reforçar o reconhecimento da opressão e discriminação históricas contra a população negra e ressaltar o grande número de mulheres negras brasileiras vítimas da violência de gênero.

Neste ano de 2020, devido à emergência sanitária causada pela COVID-19, a violência contra mulheres e meninas que ocorria de maneira silenciosa se agravou. Também durante a pandemia aumentou o número de feminicídios, que é o termo usado para denominar assassinatos de mulheres cometidos em razão do gênero, ou seja, quando a vítima é morta por ser mulher. Desde o início da pandemia, 648 mulheres perderam suas vidas no primeiro semestre de 2020.Os números apontaram um aumento de 1,9% em relação ao mesmo período de 2019 conforme o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A seguir alguns dados que mostram a importância de se engajar nos 16 dias de ativismo:

  • O Brasil está em 5º lugar no ranking mundial de feminicídio.

  • Uma mulher é morta a cada sete horas por ser mulher.

  • 9 em cada dez casos, a mulher é morta por um companheiro ou ex-companheiro.

  • 68% das mulheres assassinadas no Brasil eram negras.

  • Uma mulher é vítima de estupro a cada 9 minutos.

  • Uma menina de até 13 anos é estuprada a cada 15 minutos, sendo que 75,9% dos agressores são conhecidos das vítimas, em sua maioria padrastos, pais, tios, primos, vizinhos e amigos da família.

  • Uma mulher registra agressão sob a Lei Maria da Penha a cada um minuto.

  • Uma mulher sofre violência doméstica a cada dois minutos.

  • 97% das mulheres já sofreram assédio em meios de transporte.

  • Uma mulher trans é assassinada a cada três dias.

Os dados são alarmantes e é importante refletir que uma grande causa da violência contra as mulheres ainda é a cultura machista, que educa os homens para o exercício da violência e do poder sobre as mulheres - os homens se acham “donos” das mulheres; e as mulheres são educadas para serem submissas e dóceis. Essa sociedade ainda patriarcal e sustentando as desigualdades de gênero é a que tem educado e até os dias atuais educa homens para agir movidos por um código de honra, tratando as mulheres como sua propriedade e decidindo como devem se comportar, o que devem vestir ou com quem podem se relacionar. E quando a mulher não segue o padrão imposto pela sociedade, “não obedece”, ou decide terminar um relacionamento que a oprime, ela sofre os diferentes tipos de violência, desde a violência física, psicológica até a mais letal, o feminicídio.

A violência de gênero que é a violência dos homens contra as mulheres, tem sido naturalizada por toda a sociedade. Acabar com a violência contra as mulheres não é uma tarefa fácil, porém é absolutamente necessária, e precisa envolver diversos setores governamentais e da sociedade com estratégias e ações articuladas, de tal forma, que resultem não só em denúncias ou medidas punitivas aos agressores, mas também em transformações sociais e mudanças da cultura e comportamentos machistas.

A Reprolatina, em sua missão de contribuir para a diminuição das desigualdades de gênero e a construção de uma sociedade mais justa, participa e desenvolve atividades na “Campanha dos 16 Dias de Ativismo” e reafirma seu compromisso de luta para a prevenção da violência contra a mulher e o alcance do ODS 5 – Alcançar a Igualdade de Gênero e Empoderar todas as Mulheres e Meninas, e as metas para eliminar todas as formas de violência contra as mulheres e meninas.

Convidamos cada um/a de vocês para tomar consciência dessa triste realidade, compartilhar essas informações, pensar e se engajar nas ações pelo fim da violência contra todas as mulheres e meninas.

Fontes pesquisadas:

 

Última atualização: fevereiro 2020


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