O dia 08 de março marca a luta das mulheres para conseguir a igualdade de direitos, a igualdade de oportunidades e condições em todas as dimensões da vida e isto quer dizer, oportunidades de estudo, trabalho, salários, distribuição equitativa nas tarefas de casa e com o cuidado dos/as filhos/as, paridade na ocupação de espaços de poder e de tomada de decisões, entre outros aspectos da vida.
Este ano a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o tema “Mulheres na liderança: Alcançando um futuro igual em um mundo de Covid-19”, que se propõe reconhecer e celebrar o esforço das mulheres e meninas ao redor do mundo na construção de relações mais igualitárias, bem como na recuperação do mundo assolado pela pandemia da Covid-19. Na linha de frente da pandemia estão as mulheres, atuando como profissionais de saúde, inovadoras, cuidadoras, líderes comunitárias locais e nacionais dando exemplos de competência e eficácia no combate à pandemia. Sem dúvida, tanto as contribuições das mulheres, quanto os encargos desproporcionais ficaram evidentes nessa crise.
É importante reconhecer que se tem avançado na luta pela igualdade de gênero, mas, ainda há enormes desafios para o alcance desse objetivo. Em nosso país como em outras partes do mundo as meninas e mulheres continuam subvalorizadas, ganham menos do que homens para as mesmas funções, não têm as mesmas oportunidades de trabalho e espaços de liderança e ainda sofrem os mais diferentes tipos de violências, tanto nas ruas, no trabalho, na escola e também em suas casas, onde supostamente deveriam estar protegidas.
Os números de assédio, estrupo, feminicídio e outras violências são assustadores. Os corpos das mulheres seguem sendo violados, machucados e desrespeitados cotidianamente, num aumento crescente pelo confinamento junto a seus agressores, determinado pela Covid-19.
Um estudo da ONU mostrou que o nosso país registra os mais baixos índices de representatividade feminina na política em comparação com os seus vizinhos da América Latina. Ente 11 países avaliados o Brasil ficou em 9o lugar. No ranking mundial ocupa a posição 140.
No Brasil, dados também mostram que nas eleições municipais de 2020, apenas 12 % dos Prefeitos são mulheres. No Senado as mulheres ocupam 13,6% das vagas e na Câmara de deputados 14,8%, o que indica a enorme desigualdade e a falta de representatividade das mulheres em cargos de decisão, visto que as mulheres são 51,8% da população do Brasil.
Os principais desafios incluem facilitar o empoderamento pessoal, social e econômico das mulheres, melhorar o acesso das mulheres à educação, à tecnologia, aos recursos econômicos, aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, acabar com a discriminação e todas as formas de violência contra as mulheres e garantir sua participação e exercício da cidadania plena e efetiva com igualdade de oportunidades para a liderança e tomada de decisões.
Temos um longo caminho a percorrer para ter uma sociedade justa e igualitária onde mulheres e homens tenham os mesmos direitos e oportunidades, com relações de respeito, sem discriminação nem violência, mas acreditamos que é possível e que homens e mulheres devemos continuar nessa luta!
A Reprolatina nesse 08 de março defende e reafirma seu compromisso para o alcance do ODS 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas, e de continuar contribuindo para conseguir o direito das mulheres de se integrarem não só na formulação, mas também na implementação de políticas e programas em todas as esferas de governo, inclusive no desafio de encontrar respostas para o fim da pandemia.
Fonte: <https://www.onumulheres.org.br/noticias/tema-do-dia-internacional-da-mulher-de-2021-mulheres-na-lideranca-alcancando-um-futuro-igual-em-um-mundo-de-covid-19/
Boletim elaborado pela equipe técnica da Reprolatina, 2021