Vivendo a Adolescência

Todas e Todos contra a cultura do estupro 09/06/2016

A situação da violência contra a mulher exige enfrentamento e solução. Ainda no século XXI a cultura machista domina a maioria das sociedades e milhares de mulheres sofrem diversas formas de violência, algumas explícitas, outras, invisíveis aos olhos de muitas pessoas.

Apesar de diversas conquistas, os dados sobre a violência contra a mulher são alarmantes. Veja alguns dados do nosso país:

  • A cada 2 minutos 5 mulheres são violentamente agredidas;
  • A cada 2 horas uma mulher é assassinada;
  • A maioria das mulheres é morta por parentes, maridos, namorados, ex-companheiros ou homens que foram rejeitados por elas;
  • As mulheres recebem um salário 24% (IBGE,2015), menor do que os homens para exercerem a mesma função; 
  • Em mais de 60% dos assassinatos de mulheres, as vítimas são negras;
  • Uma pesquisa do IPEA (2012) revelou que as mulheres dedicam 26 horas por semana ao trabalho doméstico, enquanto os homens apenas 10 horas;
  • Um milhão de abortos é feito por ano. Uma mulher morre a cada dois dias devido a abortos inseguros.

A violência contra a mulher é uma situação que pode passar despercebida em diversas situações, pois a cultura do machismo faz com que a sociedade naturalize certos tipos de violência, por exemplo: “Em briga de marido e mulher, não se mete a colher!” Quem nunca ouviu esta afirmação? Você já parou para pensar sobre o significado desta frase? Ou então: “Mulher que usa shorts curto está pedindo para ser estuprada!” Pense quantas vezes você já ouviu isso. Em uma rápida análise desta afirmação é possível compreender que ela passa a mensagem de que se uma mulher é estuprada a culpa é unicamente dela. Está certo isso?

O estupro, conforme o dicionário significa “crime que consiste no constrangimento a relações sexuais por meio de violência, violação, ou ainda, relação sexual sem consentimento e com emprego de força”.

Abusar de uma mulher não é natural, é violência, é crime, previsto na Constituição Federal.

A lei 12015/2009 de 7 de agosto de 2009  em seu Artigo 213 estabelece que:  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

Foram somente alguns exemplos para mostrar o quanto a violência contra a mulher está naturalizada e faz parte do nosso dia a dia. Por isso é fundamental refletir sobre as desigualdades de gênero com as quais convivemos, isto é, sobre os diferentes papéis que foram construídos para homens e mulheres, onde elas quase sempre assumem o papel de submissão. É urgente reconhecer as consequências das desigualdades de gênero refletindo sobre a escolha da profissão, nos salários diferentes para o exercício da mesma função, na tripla jornada de trabalho para elas, as tarefas domésticas, o trabalho fora de casa, o cuidado com os/as filhos/as, e a pior consequência, a violência doméstica sofrida por um número imenso de mulheres.

Para que as mulheres reconheçam as desigualdades de gênero elas precisam identificar os tipos de violência e violações de direito que sofrem, muitas vezes sem saber, se empoderar e não aceitar a violência em nenhuma hipótese.

A Reprolatina faz sua parte na luta contra a cultura do machismo e da violência contra as mulheres, seja no sentido de informar os e as adolescentes sobre seus direitos sexuais e reprodutivos, empoderando-os/as para se protegerem e denunciarem qualquer tipo de abuso ou violência sexual sofrida ou ainda, empoderando as mulheres para que, cientes de seus direitos, elas possam também lutar por uma vida sem violência dentro de uma sociedade mais justa e equitativa.

Lembramos que, para romper o círculo de violência contra as mulheres, sejam adolescentes ou adultas, é preciso romper também com a cultura do machismo perpetuada há séculos por uma sociedade patriarcal que, além de regular a conduta da mulher, também destinou a ela o papel de mãe e esposa devotada, submissa e propriedade do pai, marido ou homem com o qual se relaciona.

Através do Disque Direitos Humanos, conhecido como Disque 100, qualquer pessoa pode denunciar um abuso e/ou exploração sexual contra uma criança ou adolescente, assim como toda e qualquer violação de direitos humanos. Esse é um serviço telefônico gratuito e funciona 7 dias da semana, 24 horas por dia. As denúncias são anônimas, registradas e encaminhadas para setores responsáveis pela apuração e punição desses casos.

Lutemos todos/as contra o machismo e por uma vida sem violência para as mulheres.


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