Essa campanha teve origem em 1991 organizada pelo Centro de Liderança Global das Mulheres que fixou o período de 25 de novembro a 10 de dezembro para discutir, refletir, bem como denunciar as várias formas de discriminação e violência contra as mulheres no mundo.
No I Encontro Feminista da América Latina e Caribe, o dia 25 de novembro foi declarado Dia Internacional de Não Violência contra as Mulheres em homenagem às irmãs Mirabal, assassinadas pelo governo ditador da República Dominicana nesse dia, em 1960. No dia 10 de dezembro, quando a campanha se encerra, é comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Atualmente mais de 130 países desenvolvem essa campanha.
Apesar do Brasil não ser conhecido como um país violento para as mulheres, os dados revelam uma realidade de profunda violência contra elas.
Em nosso país, nos últimos 30 anos, conforme aponta o Mapa da Violência 2012, mais de 92.000 mulheres foram assassinadas, o que mostra um triste quadro da expressão máxima da violência contra as mulheres. Em 2011, a partir dos registros do SUS, foram atendidas 70.170 mulheres vítimas de violência.
A pesquisa Percepção da Sociedade Sobre Violência e Assassinato de Mulheres, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão, revelou que 70% dos entrevistados acha que a mulher sofre mais violência dentro de casa e 6 em cada 10 brasileiros conhece uma mulher que foi vítima de violência doméstica.
Um balanço sobre os registros do Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher) revelou que no ano de 2012 houve mais de 2.000 atendimentos por dia, e, do total de ligações, uma grande parte delas foram relatos de violência incluindo agressão física, psicológica, moral e sexual entre outras. Em 70% dos casos a agressão foi cometida por pessoas com as quais as vítimas mantêm ou mantiveram alguma relação afetiva com o marido, companheiro, namorado, ou ainda ex-marido, companheiro ou namorado. Os registros indicam ainda que 67% da violência ocorrem no cotidiano dos lares, ao lado da família, local em que a mulheres suspostamente se encontrariam seguras.
O enfrentamento da violência contra as mulheres é uma tarefa que necessariamente precisa envolver diversos setores governamentais e da sociedade com estratégias e ações articuladas, de tal forma, que resultem não só em denúncias ou medidas punitivas aos agressores, mas, também em transformações que propiciem mudanças de comportamentos machistas legitimados em uma sociedade ainda patriarcal e que sustenta as desigualdades de gênero, que são a causa principal da violência.
A Reprolatina, em sua missão de contribuir para a diminuição das desigualdades de gênero e construção de uma sociedade mais justa, participa e desenvolve atividades na “Campanha dos 16 Dias de Ativismo”, e reafirma seu compromisso de contribuição para a diminuição das desigualdades de gênero, construção de uma sociedade mais justa e uma cultura de não violência contra as mulheres.
Fonte dos dados:
http://mapadaviolencia.org.br/mapa2012_mulheres.php